segunda-feira, novembro 14, 2016

Governo moçambicano e Renamo respondem à proposta dos mediadores sobre descentralização

As delegações do Governo e da Renamo nas negociações de paz em Moçambique voltaram hoje ao contacto com mediadores internacionais, após duas semanas de pausa, e apresentaram as suas propostas sobre descentralização, mas não divulgaram detalhes.
Falando no fim da primeira sessão desta nova fase do diálogo em Maputo, o coordenador dos mediadores internacionais nas negociações, Mario Raffaelli, disse que Governo e Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) responderam à proposta deixada no ciclo anterior pela equipa de mediação e que será agora analisada.
"Agora é o momento de analisarmos os documentos e articularmos os pontos", limitou-se a dizer Mario Raffaelli, acrescentando que, nesta fase das negociações, o grupo continuará a privilegiar reuniões bilaterais com as duas delegações em vez do formato anterior de encontros conjuntos.
O documento apresentado pelos mediadores às partes em outubro propõe um "pacote de princípios relativos ao processo de descentralização", no âmbito da exigência da Renamo, o principal partido da oposição em Moçambique, em governar nas províncias onde reivindica vitória eleitoral, e, uma vez alcançado um acordo, deverá ser enviado para o parlamento.
"Não é um documento que apresenta uma lei, é um documento que apresenta os princípios que devem nortear a lei", esclareceu, na altura, Mario Raffaeli.
Além da exigência da Renamo de governar em seis províncias e da cessação imediata dos confrontos, a agenda do processo negocial integra a despartidarização das Forças de Defesa e Segurança, incluindo na polícia e nos serviços de informação do Estado, e o desarmamento do braço armado da Renamo e sua reintegração na vida civil.
A região centro e norte de Moçambique tem sido palco de confrontos entre o braço armado do principal partido de oposição e as Forças de Defesa e Segurança e denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos das duas partes.
A Renamo acusa, por sua vez, as Forças de Defesa e Segurança de investidas militares contra posições do partido.

 Fonte: LUSA - 14.11.2016

Sem comentários: